Início da tarde de sábado, pessoas aglomeradas numa praça. Um questionamento: que pensar desta situação? De cara, a gente já imagina que seja uma manifestação ou algo parecido. (Ihhh...Bola fora, Brasil!) As insistentes manifestações ainda rolam, mas distante da Praça Mário Garnero, no Morumbi.
Naquele ambiente arborizado, as pessoas estavam reunidas por outros interesses, que mesclavam arte e valorização do conhecido bairro paulistano. O artista plástico americano John Ross Palmer (o facebook dele é: John Ross Palmer e o blog: johnpalmerblog.com) foi convidado para deixar sua marca em um muro. Estreante no grafite, foi recebido pela personal guide e idealizadora do projeto, Flávia Liz Di Paolo, e aplaudido por outros artistas plásticos, moradores do Morumbi e curiosos (como eu).
Flávia era a porta-voz do evento e para explicar melhor o projeto, falou sobre o bairro, pontos turísticos e desvalorização da mídia, que insiste em passar uma visão retorcida do local que habita duas realidades: milionários e moradores de favela. "No Morumbi não tem apenas uma favela, tem milhares de coisas interessantes para propagar. Aqui, existiu a primeira plantação de chá do país, entre outras coisas", afirma Flávia, que inclusive, recebeu dos pais, total incentivo para a realização do evento. "Meus pais são donos deste terreno e liberaram para John pintar o que quiser", acrescenta em animado tom.
A pintura era abstrata, com cores e estilo próprio, mas só ficou pronta no final da tarde. Infelizmente, não pude esperar, mas pelas redes sociais, fiquei sabendo que deu tudo certo e que o artista ficou satisfeitíssimo com a repercussão do trabalho. Sem dúvidas, foi uma experiência agradável e inédita para mim. Que venham outras manifestações, mas por favor, que sejam culturais!
Por - Rafaella Vieira
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