quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Comes e bebes abrasileirados: entrevista com chef André Castro



Ingredientes brasileiros na panela. Eles são os preferidos do chef de cozinha formado em Gastronomia, André Castro, que desembarcou em Sergipe no último dia 31 para participar de um superevento no One Lounge. Com passagem pela Europa, André atua no setor de Alimentos e Bebidas há 16 anos, e através disso, conquistou uma vasta experiência na área. "Sou sommelier formado pela Federazione Italiana Sommelier Albergatori Ristori - Fisar - e chef executivo do D'Olivino, de São Paulo, que é um restaurante conceituado e bem-frequentado", revela o chef, que além de testar experimentos no fogão, dá aulas sobre azeite e apura o conhecimento da cozinha mediterrânea, a preferida dele.

Para o OXC, ele fala sobre o retorno a Aracaju, novidades gastronômicas, oferece dicas primorosas de culinária e destaca outras paixões, como capoeira, artes plásticas, mergulho e música. Não necessariamente nessa ordem.

OLHO VIVO - Como foi participar de um evento em Aracaju?
ANDRÉ CASTRO - Estive em Aracaju no final do ano passado participando do Saga - 1° Salão Gastronômico de Aracaju -, onde eu e mais alguns chef's ministramos aulas e fizemos dois jantares de encerramento. Ser convidado para retornar à cidade em um intervalo de tempo tão pequeno, demonstra a grande vontade que Aracaju tem de se firmar como um dos polos gastronômicos do Nordeste.
O One Club Gourmet possui um formato diferente, mais descontraído, que envolve excelente gastronomia, música de qualidade, gente bonita e muita animação.

OV - De onde vem a inspiração para criar novos pratos e sabores?
AC - Criar é diferente de inventar. Inventar qualquer um faz, mistura alguns ingredientes, cozinha um pouco, serve e pode até ficar bom. Mas criar exige muito conhecimento, técnica e experiência. Busco lembranças afetivas e gustativas, novos ingredientes ou, às vezes, novas formas de olhar velhos ingredientes. Procuro mesclar influências, testo diferentes técnicas e por aí vai... Não é tão simples quanto parece.

OV - Sergipe é um Estado rico em ingredientes regionais, que acabam fazendo sucesso nas receitas. Pratos com gostinho da casa da avó viraram tendência. Que acha disso?
AC - O Brasil começa a entender um pouco mais sobre suas raízes culturais e, por conseguinte, valorizá-las. Isso é bárbaro, pois temos produtos maravilhosos e com características muito específicas de cada região. Sergipe não foge à regra. No jantar que participei aqui, no último dia 31, entre outras coisas, leite de coco, castanhas, abóbora e os belos frutos do mar do Litoral sergipano foram peças-chave nas minhas criações.

OV - Quais ingredientes não podem faltar em uma receita, seja ela simples ou sofisticada?
AC - Azeite de oliva, ervas frescas e carinho durante o preparo. Costumo dizer que cozinhar com a mão alimenta o corpo, já quem cozinha com o coração, alimenta a alma.

OV - E na vida pessoal, você é tão intenso quanto na cozinha?
AC - Sou um sonhador incorrigível, nasci assim e isso me faz sempre buscar novos desafios. Pratico capoeira há mais de 20 anos, e com ela, conheci vários países. Sou instrutor de mergulho, chef de cozinha, estudei música e tenho grande interesse por artes plásticas, até por isso que pinto e desenho desde criança. Resumindo: um cara meio maluco que tem a cabeça voltada para qualquer coisa não pragmática, mas que ainda consegue se manter "normal" dentro dos conceitos da nossa sociedade atual.

Por - Rafaella Vieira

Um comentário:

  1. Queria saber cozinhar, mas sou uma negação, passo longe do forno :/ triste isso.
    Parabéns pela entrevista.

    ResponderExcluir