Nunca achei “Alice no País das Maravilhas” uma história boa para criança. Ela só se mete em confusão no tal mundo maravilhoso e está sempre angustiada. Essa sempre foi minha impressão, o mundo maravilhoso de Alice já tinha algo de sombrio antes de Tim Burton. Com aquele coelho contando as horas no relógio o tempo inteiro, cobrando prazos. Não vai dar tempo! Angústia. Dirigido por Burton, essa atmosfera sombria e inquieta que já sentia no tal mundo maravilhoso vai aparecer ao quadrado. Isso só faz dobrar a expectativa para o filme que estreia hoje no Brasil (em Aracaju, nada de 3D), embora vários críticos tenham se mostrado insatisfeitos com a obra. Esse sem dúvida é o filme do momento, e como o OxenteChique é antenado, não vai perder essa.
Quando surgiu o anúncio de que Burton filmaria “Alice no País das Maravilhas”, a impressão foi geral: não havia diretor mais perfeito para recontar a história dita infantil. O mundo de Alice de Tim Burton é bem mais sombrio do que já imaginava antes. Mas este diretor de cinema sempre dá um jeito de fazer o sombrio se tornar apaixonante.
Foi uma criatura no maior estilo Frankstein com mãos de tesoura apaixonante. Foi uma noiva cadáver querendo arrastar o noivo para a terra dos mortos apaixonante. Um barbeiro sanguinário ajudando a fazer bolinhos de carne humana apaixonante. Entre tantos outros filmes tão sombrios e... apaixonantes.
Além disso, a dupla Tim Burton + Johnny Depp (o Chapeleiro Maluco do País das Maravilhas) sempre foi fadada ao sucesso. O ator que sempre fugiu da fama-impossível-de-se-livrar-de-galã e preferiu fazer os tipos loucos mergulhou fundo na onda nonsense do personagem.
Em alguma das 4.674.634.165 entrevistas que li com Johnny Depp sobre o filme, ele conta que ficou intrigado com o texto original de Lewis Carroll no ponto em que definia o estranho comportamento do seu personagem como “louco como todo chapeleiro”. Em pesquisas, descobriu que na época em que o livro foi escrito (1865), os chapéus eram feitos de feltro, que utilizava vapor de mercúrio na sua fabricação, o que causa “transtornos psicóticos”. Inspirado nisso, já dá para imaginar o que deve sair da interpretação de Depp.
E a expectativa gerada sobre a Alice de Tim Burton não fica só na telona do cinema, não. Alice é moda também. O filme já inspirou uma coleção de esmaltes da OPI, mobiliário, almofadas, entre diversos outros produtinhos. E, já dá para perceber nos traillers, maquiagem e figurino dos personagens da película são inspiradores.Versões do famoso vestido azul de Alice
vacilam entre inocência, romantismo e sensualidade - fruto do trabalho de Colleen Atwood, que recriou os figurinos do clássico livro de Lewis Carroll. Objetos de desejo! Correndo para o cinema hoje para ver.
E você, vai?
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